sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Salvador, Eleições 2008

A ultima eleição municipal de salvador deixou uma pergunta no ar. O que pensa o eleitorado? O que procuram ou querem? No entanto, a vitória de Leo Kret deixa claro o nível de insatisfação e desprezo pela política na cidade. Falo de Salvador, por ser morador de tão problemática capital.

Um travesti, dançarina de pagode e apresentadora de tv nas horas vagas, despontou como grande vencedora nas eleições municipais de 2008. Algo surpreendente para uma primeira candidatura (12.861votos) Quem votou nela? O que espera o eleitor da futura vereadora? São muitas as questões, se é que alguém esta preocupado com isso. O que tenho ouvido nas ruas me deixa curioso, expressões como: bem pouco que ela ganhou; adorei que ela ganhou; se é pra manguear é isso aí. Frases como essas evidenciam o grau de insatisfação da população e um sentimento de vingança e revolta contido nesse voto, sem falar no eleitorado alienado. Certo que tal sentimento não contribui em nada para melhorar a situação atual, mas, o que ta posto esta posto.

O vereador Leo Kret não é aceito pelo movimento gay organizado como representante da categoria, o que é de estranhar, já que é uma figura conhecida nas passeatas gays e faz questão de ser chamada de mulher. Ou seja, levanta a bandeira do movimento. Talvez os interesses dos gays organizados sejam outros. O movimento gay já tem o seu representante (esse não conseguiu se eleger pela segunda vez recebendo apenas 2655 votos), mas o tem como único e legitimo representante da causa, não um homossexual da periferia da cidade que é chamado pelo povo de fechação do Brasil. Afinal de contas, essas representações querem representar quem?

Os “representantes”, todos sem procuração assinada, de segmentos variados tentaram emplacar as suas lideranças fatiando o eleitorado. Gays, negros, evangélicos, adeptos do candomblé, policiais, aposentados e outros. Todos possuem uma coisa em comum: Querem representar a cidade a partir de reivindicações de minorias. Algumas nem são minorias, porem, são tratadas como tal. Pensadas estrategicamente como filão. A quem diga que isso faz parte da democracia. Para mim uma pratica velha e não condizente com as reais necessidades da população. Edvaldo Brito, vice do agora candidato João Henrique, é um dos maiores advogados tributaristas do país, já foi subsecretario e secretario da Bahia, chegando a ser prefeito também (na época apoiado pelo movimento negro). Mas, com tudo isso o movimento negro não o reconhece como representante da população negra. Mas, ele é negro ou não é?

O papel do vereador para a população a muitos perdeu o seu significado real. Fruto da cultura coronelista ainda atuante no eleitorado brasileiro. Cabe ao vereador, expor os problemas da comunidade e buscar providências junto aos órgãos competentes. Mas não é só isso. Cabe-lhe também a função de fiscalizar as contas do Poder Executivo Municipal, os atos do Prefeito, denunciando o que estiver ilegal ou imoral à população e aos órgãos competentes. Portanto, o vereador é o fiscal do dinheiro público. E não um “amigo” que serve para fazer favores a pessoas ou grupos, asfaltar ruas e distribuir cestas básicas. Para saber mais acesse o link da Lei Orgânica do Município de Salvador: http://www.cms.ba.gov.br/lom/lom.pdf,

Mas, enquanto a população é “impedida” de saber o real papel dos gestores públicos, e se rebela ou atira no próprio pé a cada eleição, a vereadora Leo Kret vai cantando seu hino para militantes e não militantes:

A, você vai ter que me aturar. E, eu sou quase uma mulher. I, vocês vão ter que me engolir. O, eu sou Leo Kret a melhor. U, eu gosto de dar....

Hanka Nogueira

Luz e Força






5 comentários:

COLÉGIO SANTO ANTÔNIO disse...

A palhaçada na política BRASILEIRA acontece desde a época de Dom Pedro. Por que na Bahia seria diferente? Na terra que onde o povo se dopa em festas não poderia ser diferente por a que é irresistível ver bizarrices e em segundo turnos parcerias inimagináveis o melhor é ver suas justificativas de porque está apoiando fulaninho .


obs: Há e quanto a Leocrete – el@ já se descobriu ? !

Unknown disse...

Olá amigo Hanka!!!!!!!!
Achei ótimo o seu desabafo nesse texto, e o que acho disso,sobretudo é que o povo bahiano é uma massa super, hiper despreparada para essa questão da politica, é claro que não agravando a todos e no meu ver a politica está completamente sem respeito ou seja banalizada... você tira por essa escrotidão LEO Kret uma mulher super despreparada, não sabe nada com nada ou melhor não tem nem o 2º grau, já imaginou?
E agora o que vamos fazer para com certar isso?

Unknown disse...

Meu brother, adorei seu texto.
cheio de indignação!!! rsrsrsrs
A candidatura de Léo kret emplacou de 1º, por ser uma figura pitoresca. E por está todo dia na tv, quer propaganda melhor q essa?
Isso naum me surpreendeu, a bicha dança pagode, a galera adora isso e ele foi esperto.
Só espero q o sacana faça alguma coisa. êta terra boaaaaa!!!! PÃO E CIRCO isso sim tá empreguinado.
BJÃO!!

Valter DaMata disse...

Essa eleição é sintomática. A avacalhação é o regime. Entorpecidos com tanta ignorância, sujeira e corrupção, o cidadão médio diz votar em Leo Kret para protestar, será???
Temos que pensar também quem ficanciou essa campanha. O famigerado Zé Eduardo - O Bocão (figura mais execrável da sociedade baiana na autalidade), anda dizendo em altgo e bom tom que teve dedo nele nesse sucesso d@ Leo Kret.
O fato é que a pedra já foi lançada e temos que torcer que o estrago não seja muito grande, quiçá seja bem assessorado e faça um bom mandato. De bom nessa eleição foi a derrota de Valdenor Cardoso, atual presidente da câmara, descarado ate a medula óssea.

Valter DaMata disse...
Este comentário foi removido pelo autor.